sexta-feira, 28 de maio de 2010

Pastor

«Não basta abrir a janela
Para ver os campos e o rio.
Não é bastante não ser cego
Para ver as árvores e as flores.
É preciso também não ter filosofia nenhuma.
Com filosofia não há árvores: há ideias apenas.
Há só cada um de nós, como uma cave.
Há só uma janela fechada, e todo o mundo lá fora;
E um sonho do que se poderia ver se a janela se abrisse
Que nunca é o que se vê quando se abre a janela.»
Alberto Caeiro




4 comentários:

  1. "O mais profundo de uma palavra é o que há nela de sagrado. Deus tê-la-á dessacralizado quando ela criou o mundo. Mas nós sacralizamo-la de novo, quando o recriamos com ela."
    in "Pensar", de Vergílio Ferreira

    ResponderEliminar
  2. sacraliza-te com um nome...estás à vontade, no entanto o anonimato é também uma escolha...

    ResponderEliminar
  3. Pode ser Cravo?
    Não é um anonimato - é apenas aquilo que nós somos neste meio: anónimos até que nos conheçamos ou reconheçamos pelas nossas palavras.
    Mas compreendo a intenção - não a de sacralização - mas a de identificar de entre vários um anónimo.
    pronto. Fica Cravo, ou Cravo de Carne (do poema de Ary, pela sua fecundidade).
    Cravo de Carne, ao seu dispor. prazer, Fran.

    ResponderEliminar
  4. Pode ser o que quiser.
    Desde que seja.
    Cravo de carne, muito prazer

    ResponderEliminar